junho 06, 2010

Amor (quase) perfeito

Os teus escritos estão a terminar...
Talvez seja a altura de encerrar este capítulo depois de tantos anos.

Não, não se trata de nenhuma obsessão patológica pelo passado, mas na verdade foi um passado bem mais interessante que o presente. Prefiro manter-te perto por enquanto.

Acho que volto a cair no mesmo erro que nos afastou e que nunca tive coragem para te confessar: perpetuar algo de ti, mas não por ti. Na verdade dediquei esta página e dediquei-me a ela este tempo todo... mas não por amor a ti mas à história em si...talvez pela saudade, pela profundidade das tuas palavras, pelo que poderia ter sido, pelo sonho, pelo ideal, por todo um rol de motivos que deixa de fora aquele que mais queria ter incluído: o amor.

Amei muita coisa em ti: surpreendi-me pela tua história, amei a tua personalidade desde o primeiro momento em que trocamos palavras, deliciei-me pela tua atitude, derreti-me com a tua doçura, apaixonei-me pela tua poesia, partilhei os teus conflitos, recebi o teu cuidado e carinho, sorri com as tuas brincadeiras, agradeci os teus presentes, ouvi a tua música...

Mas percebi que isso não chega...as afinidades não chegam. É como se tu fosses depois uma pessoa diferente daquela por quem me tinha apaixonado. Faltava a química...o raio da química que nos torna escravos dessa coisa inatingível, irrealista, sufocante que deve ser o amor! E trocamos tudo o resto... a perfeição de tudo o resto pela miserável química!
Perdoa a minha cobardia ... ingenuidade...timidez... burrice...sei lá!

Mas na verdade também desististe, nunca arriscaste...ou se calhar não percebi a dimensão do risco que correste...

Naquela noite quando me olhavas nos olhos, em frente ao mar, com as estrelas como testemunhas... ainda penso que tudo poderia ter sido diferente...
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